Os textos desta seção foram extraídos e/ou adaptados do livro Xiloteca da Universidade Federal do Amazonas: Coleção Dr. Valmir Souza de Oliveira. Organizador: Mady, F.T.M. 2017. 36 páginas, Ilustrado. Editora Eco & Companhia. ISBN 978-85-67160-03-0. Todos os direitos reservados. All Rights reserved. Para utilizar partes deste texto, citar a fonte.

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A Xiloteca da UFAM

A xiloteca do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Amazonas teve início em 28 de julho de 1992, com uma pequena coleção de amostras de madeira, a maioria da região amazônica e algumas poucas coníferas. Um percentual dessas peças iniciais foi doação dos professores, algumas eram provenientes das incursões florestais das disciplinas do curso e outras eram provenientes de permuta com institutos de pesquisa.

Amostras de madeira da xiloteca da UFAM
Amostras de madeira da xiloteca da UFAM
Amostras da Xiloteca da Ufam (foto de Juliana R. Pesqueira)

A primeira amostra da xiloteca foi um pequeno pedaço de madeira de itaúba (Mezilaurus ita-uba (Meisn.) Taub. ex Mez).
Ainda em 1992, o curso de Engenharia Florestal adquiriu um micrótomo, aparelho que permite o corte da madeira em lâminas de espessura microscópica, o que possibilitaria, então, o estudo de detalhes da anatomia só visíveis ao microscópio.

Nos anos seguintes, várias amostras foram adicionadas à coleção via permuta e/ou doação de instituições de pesquisa, universidades, professores e alunos do curso de Engenharia Florestal, como as de número 193 a 197, provenientes do Japão, doadas pelo Prof. Eduardo Coutinho da Cruz (falecido) e as de 242 a 274, doações do Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Ibama, em Brasília, trazidas pelo Prof. Valmir Souza de Oliveira (falecido), que visitou suas instalações em 1995. Além destas, várias amostras foram trazidas por outros colaboradores, entre os quais o Sr. Pedro Marinho, identificador botânico do curso de florestal, que ocasionalmente coletava algum pedaço de madeira em suas incursões na mata, e trazia para compor a coleção.

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Logomarca da Xiloteca da Universidade Federal do Amazonas

Somente após a construção do Laboratório de Física da Madeira, no bloco V, do mini campus da UFAM (hoje denominado setor Sul), no ano de 1995, foi possível acomodar melhor as amostras que já haviam sido reunidas.

A partir daí, inicia-se um intercâmbio com outras instituições com vistas a aumentar e diversificar a coleção. Foram enviados ofícios para várias instituições de tecnologia da madeira, do Brasil e do exterior, solicitando doação ou permuta de amostras.

Documentos de doação de madeiras à xiloteca da UFAM
Documentos de doação de madeiras à xiloteca da UFAM
Documentos de doação de madeiras à xiloteca da UFAM

A coleção recebeu doações da Universidade Hebraica de Jerusalém; do Instituto de Ecologia, em Veracruz, no México e, em 1999, o Rijksherbarium, da Holanda, enviou 21 amostras de madeiras, registradas sob os números 375 a 395. O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, localizado em Manaus, efetuou mais duas doações, nos anos de 1997 e 1999, totalizando mais de 50 amostras. Em 2009, prosseguindo com a política de doação e permutas com outras instituições, a xiloteca recebeu do Forestry and Forest Products Research Institute, do Japão, uma doação de 146 amostras de madeiras asiáticas.
A coleção de madeiras do curso de Engenharia Florestal da UFAM, desde o seu início, teve como objetivo atender a disciplina de Anatomia da Madeira do curso de Engenharia Florestal. Nunca houve uma expectativa sobre o quantitativo, e sim sobre a diversificação, tentando incluir espécies com características até então conhecidas somente pela literatura e que, a partir do ingresso na coleção, ampliavam a possibilidade de aprendizado. Nesse contexto, o Prof. Valmir foi, sem dúvida, o grande incentivador da criação de uma coleção de madeiras que atendesse o curso e a formação dos discentes adequadamente, pelo fato da anatomia ser a chave para compreender os fenômenos relacionados à madeira.

Em 2009, o Prof. Francisco Tarcísio redigiu o projeto de criação da Xiloteca da Universidade Federal do Amazonas e o encaminhou ao Prof. Julio César Rodríguez Tello, então chefe do Departamento de Ciências Florestais, para providências. Em 11 de novembro do mesmo ano, foi publicada a resolução 018, homologando a criação da xiloteca, assinada pela então reitora Márcia Perales Mendes Silva.
Em 2016, houve uma reorganização do espaço da xiloteca, com a aquisição de armários, confecção de gaveteiros e um inventário das coleções que compõem o acervo.

Novas amostras ingressaram no acervo e outras aguardam o processo de identificação.

Documentos de homologação da xiloteca
Documentos de homologação da xiloteca
Documentos de homologação da xiloteca

Status da coleção

A coleção Dr. Valmir Souza de Oliveira é dividida em 4 sub-coleções:

1. Amostras da xiloteca: disponibiliza as amostras de madeira cadastradas. Dentre estas, há representantes de mais de 100 famílias botânicas produtoras de madeira, das quais aparecem com maior número de representantes: Lauraceae, Fabaceae e Lecythidaceae, seguidas de Myristicaceae, Pinaceae, Fagaceae, Anacardiaceae e Meliaceae.

2. Exposição permanente: objetos de origem madeireira e não-madeireira, composta atualmente por cerca de 240 objetos, tais como: cubos de madeira maciça, discos de caules de árvores, frutos lenhosos, fungos xilófagos, óleos, resinas e peças de maior porte, que são usados em exposições e como mostruário permanente, para os alunos das disciplinas de Anatomia e Identificação de Madeiras, Química da Madeira, Física da Madeira, Preservação da Madeira, entre outras.

3. Coleção de lâminas histológicas: contém aproximadamente 300 unidades de diversas espécies do Brasil e do exterior.

4. Coleção de madeiras para aulas práticas: constituída por mais de 2.000 amostras, englobando quase 100 espécies comerciais, que são usadas em aulas, treinamentos e cursos sobre identificação de madeiras amazônicas. Nesta coleção é permitido o manuseio em geral, incluindo o corte de alguns fragmentos para percepção de odor e/ou sabor.

A xiloteca dispõe ainda de uma coleção de amostras de madeiras duplicadas para doação e permutas.