Os textos desta seção foram extraídos e/ou adaptados do livro Xiloteca da Universidade Federal do Amazonas: Coleção Dr. Valmir Souza de Oliveira. Organizador: Mady, F.T.M. 2017. 36 páginas, Ilustrado. Editora Eco & Companhia. ISBN 978-85-67160-03-0. Todos os direitos reservados. All Rights reserved. Para utilizar partes deste texto, citar a fonte.
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O que é uma Xiloteca
Xiloteca é uma palavra de origem grega, onde xylon significa madeira e theka significa estojo, coleção. Assim, xiloteca quer dizer coleção de madeiras. O valor destas coleções, organizadas com o objetivo de ampliar o conhecimento científico e econômico de madeiras, é inestimável, pois permite a identificação de espécies por meio da comparação com o acervo existente, bem como reunem, em um só lugar, uma considerável quantidade de informações, o que auxilia no subsídio de novas pesquisas.
Segundo Fonseca et al. (2005), xiloteca é uma fonte de material importante para auxiliar profissionais de diversas áreas, tanto nacionais quanto estrangeiros, na solução de problemas taxonômicos, anatômicos, filogenéticos, ecológicos, tecnológicos, silviculturais, de manejo e inventários florestais.
A xiloteca deve ser um local adequadamente projetado e construído para conter uma coleção de amostras de madeira, dispostas a permitir facilmente encontrar cada unidade que compõe a coleção.
Uma xiloteca pode conter amostras de madeiras oriundas de uma ou de diferentes regiões geográficas, que servem de referência para identificação de outras madeiras, além de ser um instrumento para consulta de informações. Além disso, é uma fonte de material importante para auxiliar profissionais de diversas áreas, tanto nacionais quanto estrangeiros, na solução de problemas taxonômicos, anatômicos, filogenéticos, ecológicos, tecnológicos, silviculturais, de manejo e inventários florestais (FONSECA et al. 2005).
O objetivo da xiloteca, segundo Hernández (2009), é dispor de uma coleção de amostras de madeira, que servem de base para a realização de estudos científicos de diferentes aplicações, e também tem como meta servir de material de referência para comparações.
Pesquisas no segmento de tecnologia da madeira e áreas afins podem ser subsidiadas pelos acervos existentes nas xilotecas, pois estas podem contribuir com a realização de teses, dissertações, monografias, projetos de pesquisas, aulas práticas e no auxílio da identificação correta de espécies, incluindo aquelas cujo corte é proibido, auxiliando, dessa forma, no cumprimento da legislação em vigor e princípios do manejo florestal.
Tais pesquisas, segundo Hernández (2009), têm abrangido diversos campos que relacionam a anatomia de madeiras com taxonomia, tecnologia da madeira, ecoanatomia, restauração de obras de arte e, mais recentemente, dendrocronologia.
Segundo Barros e Coradin (2015), para verificar a qualidade de uma xiloteca, dois pontos são fundamentais: número de espécimes e a diversidade.
Considerando o número, destacam-se as coleções da Xiloteca Dr. Calvino Mainieri, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. – IPT (BCTw) e a Xiloteca do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPAw).
Uma xiloteca atende diversos segmentos de pesquisa relacionados às linhas de dendrocronologia, climatologia, química e microbiologia, os quais buscam entender melhor a atividade cambial, formação de anéis de crescimento, variações climáticas de épocas passadas, coloração em decorrência de deposição de tanino, resinas, carboidratos e outras substâncias, e degradação enzimática de determinadas estruturas provocada por agentes xilófagos. Além destes, diversos estudos, em várias áreas do conhecimento humano, podem ser realizados usando o acervo de uma xiloteca como base para comparação: estudos tecnológicos da madeira visando sua melhor utilização; determinação da flora arbórea de uma era geológica em estudos paleontológicos; melhor compreensão das relações filogenéticas entre plantas; alterações causadas no meio ambiente que influenciam diretamente a formação das células da madeira, provocadas por elevação ou diminuição da temperatura, chuva ácida, gases poluentes e vários outros fatores; identificação de espécies em inventários florísticos nos quais não se obteve material fértil; identificação de madeiras utilizadas por sociedades antigas em estudos de arqueologia, entre tantas outras possibilidades.